quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal, natal, natal....

Gosto do natal. Pode parecer estranho para um cara ateu, cético e rabugento como eu gostar de natal. Acho bastante clichê as pessoas que se julgam “alternativas” não gostarem. É claro que para alguns que não estão acostumados a festejar, pode ser uma merda mesmo. Mas isso é irrelevante, e o desafortunado não tem nenhum motivo de se mostrar orgulhoso por isso, mas vamos deixar esse assunto chato para outra hora.
Gosto do natal porque venho de uma família tradicionalmente festeira e beberrona. Gosto da festividade em si. Que é muito valorizada pela minha família. É o dia em que nos encontramos todos, bebemos, comemos e trocamos presentes. Não tem como ser melhor do que isso. O que eu tenho ojeriza é do sentimentalismo hipócrita e pegajoso que as pessoas inventam para essa época do ano. Ficam vomitando que amam uns aos outros, que se importam, falam em nome de Cristo e citam a bíblia, a vida do homem e sua importância, apesar de não saberem nada a respeito disso. Então, vamos falar um pouco do natal.
O natal existe antes de Jesus. Pode parecer contraditório, mas é a verdade. O messias, de acordo com estudos históricos, datas dos sensos romanos, e de evidências bíblicas, nasceu provavelmente em agosto do ano 4 a.C. A adaptação do nascimento do nazareno para o dia 25 de dezembro se deve ao fato de que essa data já era  comemorada em função de outros deuses. Era a comemoração do solstício de inverno, que ocorre no dia 22 de dezembro. Eram feitas comemorações em homenagens a divindades ligadas ao sol, como Júpiter, um deus Romano, ou Mitra, um deus persa (que chegou a ser muito importante em Roma, apesar de entrar em decadência com o surgimento do cristianismo). Então já por volta do século IV houve a eficaz de “cristianização” das festas pagãs.
Portanto, vamos comer, beber, festejar, nos presentear, mas sem essa chatice de dizer que amamos uns aos outros, que foi o nascimento do nosso “salvador”. Isso é desnecessário, falso, desanimador e até historicamente errado. Quer rezar, cantar aniversário para Jesus, tudo bem. Mas faça isso no dia 4 de agosto. E deixe quem quer conversar fiado, beber e comemorar a data mais importante para o calendário capitalista em paz. É verdade, é uma data importante para nós, os capitalistas. Quando louvamos o consumo. É quando saímos para gastar quase irresponsavelmente. Não é a data que aumenta o número de fiéis em igrejas, ou de milagres na terra. Mas quando se movimenta mais grana. No mundo em que vivemos, no mundo real, no único mundo que existe, isso é o que realmente importa: Dinheiro.

São meus sinveros votos de FELIZ NATAL à todos!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Aspirantes à Tiririca.

Hoje o desestímulo aos estudos salta aos olhos. É gritante o fato de que a estrutura educacional do país está no lixo. Professores desatualizados, desestimulados e mal pagos. Alunos desinteressados desrespeitam o professor e zombam do modelo escolar ridículo que é o único disponível para torná-los menos estúpidos. Escolas que não punem, não repetem os alunos, e o estado apenas procurando uma forma rápida e barata de ter seus números aumentados. Tudo pronto para termos um exército de analfabetos funcionais idiotas e incompetentes como a força de trabalho do Brasil.
Em época de eleições todos discutem com qual força política nosso estado crescerá mais. A resposta é que o PIB anual começará a crescer significativamente depois de uma reforma educacional drástica. A coréia do sul depois da década de 50 estava destruída pela guerra e começou a ter a educação como prioridade. Além do investimento financeiro, existia o engajamento da família, do professores e dos alunos. Primeiramente, os professores precisam ser mais bem pagos e mais bem valorizados. O professor precisa ser um exemplo de sucesso a ser seguido pelo aluno. Porque apenas assim o aluno pode ter, em áreas mais pobres, a idéia de que o estudo leva a algum sucesso. Porque é preciso dinheiro. Dizer que é importante estudar apenas para que o indivíduo deixe de ser um completo idiota, não é o suficiente. Aliás, muitos que estudam continuam sendo completos idiotas...  Mas enfim, o aluno, ao olhar para o fracasso que é o seu professor, se pergunta qual o sentido em estudar? Sendo que não faltam exemplos de analfabetos que são bem sucedidos, e são até deputados.
Nossas escolas parecem prisões. Os alunos devem ficar trancados para não fugir. Os pais não estimulam seus filhos, e as aulas francamente são uma merda. Dadas por professores desatualizados, desinteressados e muitos que já deveriam ter se aposentado há 10 anos. O modelo “tia velha” de professor não cabe ao nosso século. A não ser que voltem com a palmatória. Sem isso, ninguém vai aprender nada. Nosso ensino é tão ruim, que as pessoas precisam entrar em um curso superior para conseguir um modo de pensar compatível com o ensino médio.
Precisamos de um modelo diferente de educação. Um modelo compatível com a nossa sociedade. Os professores precisam receber melhores salários, cursos e atualizações freqüentes. O modelo escolar precisa ser alterado. Os alunos precisam ter motivos para ir à aula. O aluno deveria poder escolher as matérias que a serem cursadas. E porque não, ter aulas de culinária, carpintaria, primeiros socorros, desenho, informática entre outras opções? Essas opções e aulas deveriam guiar a vida do aluno. A partir do que aprendeu na escola, o jovem saberia qual profissão lhe interessaria mais. Dentro do ambiente escolar, ele aprenderia coisas aplicáveis à sua vida. Ao invés de ficarem numa sala de aula conversando merda, enquanto um professor que mal pode esperar por sua aposentadoria, finge que ensina alguma porcaria, e ano a ano são empurradas pelo sistema educacional até graduarem-se como analfabetos funcionais estúpidos e presunçosos. Se as crianças são o futuro do país, não quero estar no Brasil quando esse futuro chegar.

domingo, 28 de novembro de 2010

Quem é você?



Você é o que você come. Você é o que você veste. Você é o que você pensa. Diga-me com quem tu andas, eu te direi quem tu és. Você é o que você compra. Você é o que você acredita. Você é o que você faz. Você é o que você imagina que é. Você é quanto você pesa. 


E todos te perguntam: Quem é você? 


Sei que assim como eu, perdeste muito tempo procurando tal resposta. Mas não encontrou nada convincente. O grande problema, não está na resposta: Está na pergunta

Parafraseando o personagem fantástico de Alan Moore, V de vingança, “Quem é só a forma que precisa ter um porquê (...)”. Não preciso ter um porquê. Apenas existo. Posso até imaginar quem quero ser. Ou quem não quero ser. Mas quem sou não faço a menor idéia. Porque na verdade, eu não sou. Eu simplesmente estou sendo. E entre ser quem eu quero e não ser quem eu não quero, não consigo precisar em qual das tarefas estou fracassando mais. 

Definir quem somos não faz sentido porque depende no mínimo destes três fatores: Como vemos a nós mesmos. Como as outras pessoas nos vêem. E por último, como pensamos que as outras pessoas nos vêem. E essa trindade não pode ser inteligivelmente definida por “quem sou eu.”. 

Dito isso, a falta desse entendimento parece ser uma causa plausível de porque as pessoas procuram desesperadamente algo para ser a definição delas mesmas. E usam para tal, os mais variados fatores possíveis. Definem-se como sendo as roupas que usam, quanto medem, quanto pesam, quanto têm no bolso, os carros que andam, o currículo que tem, o corpo que tem, a bunda que tem, a música que escutam. E na maioria das vezes, buscam sua individualidade, imitando outras pessoas. Então usam roupas pretas, e um penteado esquisito. Ou compram roupas caras, ficam com o corpo sarado a custa de horas diárias na academia, e saem na tarefa de “pegar” o maior número possível de pessoas do gênero que lhes interessam.  Assim, iguais a seus amigos, se tornam únicos.

Todos ingenuamente pensam que assim são diferentes. E que são o melhor que podem ser. Mas no caminho, deixam de perceber que perderam quem eles realmente são. Porque sempre foi mais fácil e mais conveniente, quando não sabemos a resposta de uma pergunta, copiar a resposta dos outros do que nós mesmos encontrarmos a nossa. 

E então, quem é você?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desenhando...


Bom, em uma dessas madrugadas de estudo tediosas, resolvi fazer um desenho. E ficou assim: 


Eu achei muito legal, e muito melhor do que eu espeava. Fiquei realmente espantado. Fiz olhando pra uma foto. Não imaginando. Mas mesmo assim, achei que tinha ficado muito bom. Então fiz outro, dessa vez, de minha mãe, quando era jovem.

 Agora em um aumento do desenho:
 Novamente, achei que tinha ficado bem legal. Então, no outro dia comprei um caderno branco, e uma caneta nova, porque a minha já estava acabando. Feito isso, fiz um desenho do meu pai:

Desenhar a caneta fica muito bonito, eu gosto. Porém, tem o inconveniente de que não se pode errar. E eu não estava conseguindo controlar o tom das cores das sobras. Então estava ficando difícil e ruim. Detalhes do desenho:
Esse ainda ficou bom, mas não gostei muito do desenho abaixo, que fiz de minha irmã quando era mais nova. Ficou parecido, mas poderia ter ficado melhor. Como disse, a tonalidade da caneta ficou ruim, e estava me atrapalhando bastante.

Aumento maior:

Foi mal Marina. Depois faço um mais bonito de você. O pessoa do desenho abaixo é meu irmão Lívio. Tentei fazê-lo duas vezes com a caneta, e ficava ruim. Tem muitas sombras, que com a caneta que eu tinha eu só conseguia umas manchas pretas. A partir disso, comprei lápis de desenho. E ficou assim:

Acho que ficou muito bom. Gostei muito. O lápis é mais fácil de controlar, de fazer sombras, e ainda pode ser apagado. Nem compara, mas ainda acho que com caneta fica mais bonito.

 E o último desenho que eu fiz, do meu irmão Vinícius, ou como todos o conhecem, Arroz. O desenho pode parecer meio estranho, mas ficou bem parecida com a foto, essa cara que ele fez é muito engraçada, acho q ficou bacana.
Pretendo depois, terminar esse desenho. Só a cabeça fica estranho. Mas eu estou aprendendo ainda.

Devagar, já vou melhorando. Se olhar pelo ângulo que eu nunca fiz nenhum curso de desenho, está bom até demais. Eu me espantei quando vi que os desenhos começaram a ficar bons. Muita gente duvida que sou eu que os faço. Aceito isso como um grande elogio. Estou gostando de desenhar assim. Gostaria que comentassem o que acharam. Assim que eu for desenhando, vou postando mais desenhos aqui.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Privacidade alheia: use e abuse.

Somos animais sociais. É mais seguro, mais confortável, mais vantajoso. Nosso corpo é adaptado para essa situação. Nossos ouvidos são desenvolvidos para detectar principalmente a freqüência de voz humana, nossos olhos percebem rostos e emoções em figuras abstratas tais como “:-)”. 
No início de nossas vidas em comunidades os agrupamentos eram basicamente familias. Mas por um motivo qualquer como comida, água ou abrigo, esses ajuntamentos foram aumentando. Porém, um grande grupo não era apenas um grupo. Era um conjunto de pequenos grupos. Portanto, a configuração inicial se manteve. Pequenas famílias que conviviam entre si. O que mudou, é que essas famílias agora se relacionavam com outras famílias. 
Quando passamos a viver em cidades, ainda se mantiveram as estruturas de pequenos grupos. Mas não organizado em famílias, e sim unidos pela proximidade das moradias. Nas pequenas cidades, todos se conhecem e compartilham informações sobre suas vidas uns com os outros de uma forma ampla entre todas as pessoas. Porém, em cidades maiores, as vizinhanças assumiram esse papel. Os relacionamentos entre grupos além da estrutura familiar de pai, mãe e filhos eram entre aqueles que compartilhavam um local comum de morada. E nesses locais, assim como nas pequenas cidades, as pessoas compartilhavam informações sobre suas vidas.
Dito isso, convido-o a perceber que não há mais essa convivência entre os vizinhos. Nem conhecemos muitos deles, nem mesmo aqueles que moram no mesmo prédio que a gente. Conhecemos um ou outro, mas não a ponto de ter qualquer relação fora do que nos obriga a cordialidade e a diplomacia. É claro que isso é de uma forma geral, sortudo aquele que conhece a todos e tem verdadeira amizade com seus vizinhos. Pois isso ainda existe.
Então, como é que suprimos a falta de intimidade contemporânea? Como conseguimos sobreviver sem saber da vida daqueles que conhecemos para a partir de então, tomarmos decisões sobre a nossa vida? Como conseguimos escolher a forma de agir sem olhos curiosos sobre nós e sem os dedos apontando os vencedores e os perdedores para deixar tudo bem claro? Sem ninguém para criticar nosso modo de vida?
 A resposta é que não conseguimos. Precisamos que as outra pessoas determinem os padrões de comportamento que devemos ter, as roupas que devemos vestir, as coisas que devemos comprar. Então, inteligentemente, acostumados a usar de ferramentas para solucionar problemas, resolvemos essa questão. Agora temos dois aparelhos quadrados, de tamanhos variados, que nos contam sobre a vida de estranhos ou de conhecidos, a vidas de pessoas reais representando pessoas irreais, ou a vida irreal de pessoas reais. É só escolher. Qual a mentira você quer para hoje? Qual convenção social inventada se enquadra mais no seu perfil?A novela, o filme, o Orkut, o twitter?  Hoje, podemos escolher. Hoje vivemos a fofoca informatizada e televisionada. O mexerico self-service. Auto-serviço da privacidade alheia. Genial, não?

sábado, 23 de outubro de 2010

CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho

Carlos Drummond  deAndrade

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vã esperança.

 Parece-me, claramente,  que a esperança é o algoz da nossa felicidade. A última que morre deveria ser a primeira a ser aniquilada dos nossos corações. Esperança é tudo o que precisamos para sermos infelizes. Um reles prêmio de consolação. Incompetentes em realizar nossos desejos no presente, nos confortamos com a crença na possibilidade de realizá-los no futuro. Porém o futuro tem um grande inconveniente: ele está o tempo todo se transformando no presente sem nos darmos conta disso. Não se iluda, o futuro nunca chegará.
O pote de ouro no final do arco-íris acaba se tornando mais importante do que o que temos e do que  que efetivamente podemos ter em nossas vidas. Não estou dizendo que não devemos ter metas e fazer planos. O que estou dizendo é que se o que planejamos é realizável, se fazemos por tornar possível o que almejamos, ou almejamos coisas que podemos conseguir, não há razões para esperança. Temos que ter paciência, perseverança e esforço. Nunca esperança. Esperança é para fracassados que precisam de um reforço emocional para que não tenham que encarar suas derrotas, então se apóiam nesse sentimento ridículo. Tão aclamada pelos livros de auto-ajuda, não passa de um medíocre estado de espírito que atrasa nossas vidas e distancia o desejador do objeto desejado.
Tudo bem, eu sei que temos que ter esperança em ganhar na mega sena. Temos que ter esperança de que não seremos assaltados na rua amanhã. De que as pessoas que amamos chegarão bem em casa, de que nosso time de futebol irá ganhar no próximo jogo. Temos que ter esperança com coisas que não dependem de nos, que dependem exclusivamente da sorte. O que não significa que não entenderemos se essas coisas derem erradas, pois essa possibilidade é real.
Mas viver apenas de sonhos é para idiotas. Vamos lidar com as coisas de forma real e objetiva. Sonhe com o que está ao alcance de suas mãos, e sua felicidade sempre estará próxima. Caminhe na direção do que estiver longe ou aumente o comprimento de seu braço, ao invés de ficar sentado desejando que aquilo seja seu. E se o que é tão desejado é claramente impossível, não se iluda. Você não o terá. Aceite isso com maturidade, e siga rumo ao próximo objetivo. Não faça  do impossível a dádiva de sua vida. Aproveite, e pare de chorar e de reclamar das coisas que não deram certo. Já era, você não conseguiu. Ninguém agüenta mais essa lamúria.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desconselhos

Pare com isso! Pare de mentir, pare de se esconder nessa fantasia ridícula que você inventou pra si mesmo. Pare de tentar justificar seus erros e seus defeitos. Você é mesmo esse cara. Esse que traiu o amigo. Esse que correu da briga quando todos precisavam dele. Esse que tem uma vida inventada para agradar os outros. Acabe com isso!
Levante a cabeça! Pare de andar na rua com a cabeça baixa. As pessoas estão rindo de você pelas costas! Inclusive esses seus falsos amigos. Preste atenção ao que acontece a sua volta! Pare com esse fingimento, essa fraqueza! Você é um fracasso total, aceite isso. Como para os alcoólatras, aceitar é o primeiro passo. Aceite que está no fundo do posso, para então poder sair. Levante a cabeça, tenha postura. Olhe nos olhos das pessoas. Quer beber?  Beba! Quer fumar? Fume. Os outros se importam? Eles que se fodam.
Tome suas próprias decisões, não aceite que as pessoas escolham por você. Tome iniciativa! Essa bosta de vida é a sua. E quais são as garantias que você tem, que não é também a única? Portanto, assuma o controle dela. Tenha opinião. Não fique em cima do muro. Brigue, xingue, grite. Faça inimigos respeitáveis, e faça com que eles te respeitem.  Para tanto, seja justo e honrado. Por tais virtudes que as pessoas devem te conhecer, e não por essa bosta de roupa que você usa e por essa fala mansa e fingida. Não seja conveniente. Se há uma única frase que preste na Bíblia é em Apocalipse 3:16 “Assim porque és morno e não és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da Minha boca.” Até seu Deus rejeita os mornos. Não seja morno.
Então, quando já estiver no embalado na segurança em você e feliz com as decisões que você mesmo tomou, você cairá de cara no chão. Pode ter certeza disso. Desnorteado e com medo, vai se envergonhar e vai querer vestir novamente sua fantasia. Não faça isso. Se levante, respire fundo e caminhe de cabeça erguida mais uma vez. Afinal o que importa é aceitar o que somos pelo que podemos nos tornar. Para que no fim, se orgulhe de quem realmente é, ao invés de se esconder miseravelmente como tem feito até hoje.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Arte de Gil Vicente


Graças à repercussão causada pelo posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) contra a ultima exposição do artista plástico Gil Vicente, tive o prazer de poder conhecer essas obras. Não pessoalmente, mas mesmo assim são fantásticas. O artista pernambucano, criou em carvão sobre papel, imagens em tamanho real do próprio artista matando personalidades que ele chama em entrevista a Veja de "uns ladrões sujos".
Gil deixa clara sua indignação com essas pessoas e a expressa da forma mais forte possível: matando-as. Nada é mais óbvio do que isso. Nada é mais sincero do que isso. Sem hipocrisias, sem eufemismos. Ele nos faz lembrar do dramaturgo homônimo português, que condenava as figuras sociais de sua época ao inferno.Mas diferente do escritor medieval, o artista se coloca na posição de carrasco. A cena é de um ódio frio, mas heróico. Basta olhar atentamente por alguns segundos para se enxergar claramente a cena do instante anterior ao desenrolar trágico. Brilhante. Vale a pena conferir as outras imagens:
E a entrevista do autor das obras para Veja:

Não vou comentar sobre a decisão da OAB, porque é incrivelmente ridícula por si só. Não merece que o post destinado ao Gil Vicente dê enfase a isso. Também não quero questionar se concordo ou não com as pessoas retratadas, foi escolha pessoal do artista. O importante é a forma com que ele demonstra a sua indignação e sua coragem para fazê-lo, e não o objeto retratado.
Parabéns Gil Vicente.

domingo, 19 de setembro de 2010

Trato de Hipocrisia Recíproca

Todos nós vivemos o mesmo teatrinho. Acordamos cedo e logo ao abrir os olhos nos despedimos de quem realmente somos. Desse momento adiante, o que se apresenta ao mundo é a nossa persona dramática. Vestimos a roupa e a máscara que usaremos no dia, criamos nossos desejos, tanto os de longo prazo quantos nossos caprichos momentâneos. Criamos uma ilusão sobre quem somos, sobre quem queremos ser, sobre quem as outras pessoas são e sobre o que elas pensam sobre nos. Então nos dedicamos à tarefa de tentar mostrá-las que não somos quem eles pensam que somos, e sim quem nós mesmos imaginamos que somos, ou que deveríamos ser. A todo custo precisamos que acreditem nisso, porque nós mesmos precisamos acreditar. Não dá pra acreditar que cada um de nós não passa desse ser estúpido, limitado, sem virtude que se encara diariamente no espelho.
Então começa o espetáculo. Temos que esconder nossos defeitos e nossa falha de caráter a todo custo. Para ficar mais real, é necessário que acreditemos na personagem. Precisamos acreditar que somos honestos, que somos inteligentes, que somos leais, que somos honrados. Precisamos acreditar nas qualidades que nós não temos. ‘Não me peça provas além de minhas palavras, que eu não pedirei que você prove seus valores. Assim estamos combinados. ’ É o significado das trocas de olhares entre os seres humanos.
Percebemos também que algumas pessoas exigem de nós qualidades diferentes para que se mantenha o trato de hipocrisia recíproca. Negociamos as qualidades aceitáveis para se manter a relação. Isso em qualquer relação entre os Homo sapiens sapiens . Para algumas pessoas não faz diferença que a outra seja uma pessoa séria, mas exige fidelidade, ou então é irrelevante que seja justa, contando que seja divertida. E por aí vai. Vamos selecionando as características de nossa personalidade, nossas qualidades e defeitos e a do próximo de acordo com cada tipo de interação, de acordo com a conveniência. É óbvio como não somos a mesma pessoa com nossos pais, amigos, professores, namoradas. Estamos nos montando e remontando o tempo todo. Por isso ficamos com a sensação vazia de não saber quem somos ou o que queremos de verdade. Isso explica toda a confusão mental a cerca de nós mesmos. Porque no final das contas, não somos os atores que apresentam o espetáculo. Somos o diretor que está sentado invisível no fundo do teatro tentando organizar a apresentação. No fundo, conseguimos apenas interpretar ou ver os atores de cada um de nós. Podemos até dar um palpite ou outro durante a peça, porém dirigir é inacessível a nossa consciência.
Por isso também que não gostamos da verdade nua e crua. Quebra o trato de hipocrisia recíproca e coloca em xeque a nossa personalidade falsa e efêmera. A máscara é tudo o que somos, sem a máscara não somos nada. Portanto necessitamos de auto-afirmação. Precisamos masturbar nossos egos e os egos das pessoas de quem gostamos. Precisamos afirmar nossa superficialidade, porque é tudo que está ao nosso alcance e ao alcance das pessoas próximas a nós. Não critique a minha superficialidade, porque é tudo que eu tenho!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Rotina superficial auto-aplicada.

Internet.
Fui obrigado por falhas técnicas a ficar sem internet. Inacreditável. Fiquei pasmo ao perceber como tenho tempo disponível, e em como esse tempo estava sendo mal aproveitado, pra não dizer jogado fora.
Uma revista, por mais interessante que seja, com repetidas leituras se torna tediosa. Um filme ou programa de TV, a mesma coisa. Vale também pra outros meios de entretenimento como jogos ou música. Porém a internet tem tanta variedade de coisas e assuntos, todos de fácil acesso e já mastigados por alguém, que nos distrai de uma forma que tende ao infinito. Está tudo a "um clique de distância". Não é preciso pensar, analisar, avaliar. Só ver. É um passar incessante de quadros coloridos. Nisso que meu tempo estava sendo investido. Um entretenimento superficial e vazio se não for aproveitado com ponderação. Obviamente, tem seus pontos positivos: conheci gente interessante, aprendi coisas fantásticas, e me mantenho atualizado sobre o que de relevante que aconteceu no mundo. Porém, o tempo que despendi com essas tarefas que acrescentaram algo na minha vida foi pouco se comparado ao tempo que perdi com coisas completamente irrelevantes.
Nos dias que passei fora deste mundo paralelo, e me concentrei no mundo real, conversei mais com o pessoal da minha casa, meu estudo rendeu mais, e estou lendo mais. Até comecei a correr! Meu dia ganhou umas quatro horas. Na verdade eu deixei de perder esse tempo. Tenho consciência de como essa ferramenta é importante, e inclusive tive problemas por ficar sem certas informações que precisava com urgência. Porém, viver fora desta tela brilhante é mais proveitoso, e engrandecedor.
Pensando bem, qual o sentido, de no tempo que temos disponível, o precioso tempo que temos para fazer o que queremos em função do que somos obrigados a fazer, disperdiçá-lo procurando um entretenimento vazio? Preciso de entretenimento? Quando analiso essa situação, me sinto um imbecil cansado da própria vida, que precisa de que um bobo da corte apareça na minha frente para tornar minha vida estúpida e sem graça em algo mais interessante. Uma dose de rotina superficial auto-aplicada. Tenho certeza de que isso é o que realmente ocorre com muitas pessoas, porém, eu estou longe de descer a esse nível.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Críticas Aleatórias

Como se já não bastasse as religiões pra nos dar um "guia prático de como se viver a vida", agora ainda temos que aturar tudo quanto é sujeito metido a esperto nos dizendo o que é certo e o que é errado e acentuar os clichês que a meu ver ja são suficientemente bem difundidos. Todo mundo sabe o que é certo e errado, e todo mundo tem razão, e todos sabem a verdade!
É muito fácil criticar a cultura popular. É cliche, banal e idiota. Falar que "a televisão aberta é um lixo, novela não presta, casos da vida é baixaria inúti, axé, funk, e o "rebolation" são coisa de gente inculta e estúpida.E assim são criticados, não so os programas em si,mas quem gosta deles.
É apenas um modo de parecer elitista e intelectual. È simplista, preconceituoso, arrogante e não me impressiona.
A televisão aberta não tem o intúito de educar e ensinar nada a niguém. É feita simples e unicamente pra entreter. Eu sinceramente não consigo passar nem 5 minutos assistindo uma novela mas minha mãe adora. Muitas mães adoram. As pessoas gostam de estórias. Casos. Por issoo Programa do Ratinho e o Casos da vida, fazem sucesso. Não há nada demais nisso.
O mesmo com as músicas do "povão". Axé e funk não são estilos em que o ouvinte vai ficar concentrado na música e no brilhante conteúdo poético dela. Isso é exigência de pseudointelectual.
Esses estilos tem o único e claro objetivo de empolgar as pessoas e fazê-las dançar. E nisso cumprem perfeitamente seu papel.
Claro que concordo que as vezes as baixarias passam do limite. Mas tudo depende não do compositor, mas da aceitação do público.Eles é que controlam, censuram e determinam o que faz sucesso ou não. Enfim, são músicas para serem dançadas. Simplesmente.
Esse Justin Bieber. Nunca ouvi nada desse garoto, nem um único trecho de música nem nada. Mas eu não entendo como que todo mundo critica o menino. Eu não sei se as músicas são boas, se ele é talentoso ou não, mas não é isso que eu vejo todo mundo criticando. Falam mal do cabelo dele, falam que ele é gay, como se isso fosse um defeito, que ele é ridículo e etc. Não falam nada de construtivo, ou que pelo menos tenha sentido. Mas que tipo de ídolo as pessoas querem que as meninas de 13 anos tenham? Saindo esse vai aparecer outro igual e pronto! É claro que é ridículo para um sujeito velho e barbado gostar desse tipo de sucesso "teen". É obvio que é estúpido um marmajo ter um poster desse garoto no quarto, tão ridículo quanto ter um poster do Dragon Ball. Isso é coisa de criança.
Não estou colocando aqui a minha opinião pessoal sobre essas coisas, mas seria algo que eu poderia dizer se gosto ou não. Mas não que alguém deveria gostar ou não. Como se todos que tivessem uma opinião diferente estivessem errados. São escolhas subejtivas, e ao meu ver, não vivemos em uma ditadura.
Não sou contra que as pessoas expressem suas opiniões. Acho bacana, gosto disso. Tanto que eu mesmo o faço. Mas o que me incomoda é essa esculhambação. Ver o sujeito vomitando um monte de clichê, afirmando o óbvio volto a dizer, de uma forma simplista, como se fosse o dono da verdade. Não é questão de ser ou parecer humilde. Mas não aguento gente insolente com essas opiniões idiotas. Não vim mostrar a verdade, e nem corroborar o ponto de vista de ninguém. Mas apenas propagar um pouco de dúvida e tentar mostar que existe um outro lado , e uma outra forma de se ver as coisas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Textos aleatorios...

De que vale o amor? De que vale a verdade? Que valor tem as crenças, a esperança ou
qualquer outra instituição criada pra nos iludir senão o valor das mais sinceras das
mentiras?
De que vale imaginar tudo isso? Qual o valor da verdade, senão ser imune à esperança e
à felicidade?
Não há caminhos, dicas, métodos nem passos certos nessa vida.Não há o que ou em quem
confiar. Senão no sombrio giro da fortuna.
Não temos sequer o luxo de confiar em nós mesmos. Agimos como um bando de idiotas
descontrolados. Nos enganamos o tempo todo, tomamos decisões sem sentido e agimos por
impulso. Mas mantemos a postura de quem sabe o que fez. De quem é dono do próprio nariz.
E chegamos à arrogancia imatura de afirmar: "eu sei me cuidar." Sabe porra nenhuma.
Essas cicatrizes no seu corpo, na sua alma e na sua auto-estima gritam pra você parar
de acreditar nisso, abaixar a cabeça e inutilmente, humildemente, refletir. Outra porção
de erros virão assombrar-lhe. Não se assuste. Feridas novas se abrirão. Outras antigas
voltarão a sangrar. Mas não é so dor, sorrisos virão as vezes...

sábado, 29 de maio de 2010

Penso, logo hesito.

Acredito na dúvida. Mas não em uma dúvida descontrolada e dogmática. Não em uma dúvida universal, ou em uma crença no desconhecimento. Porque certezas existem. Mas as certezas não podem ser inquestionáveis. É aí que cabe a dúvida. Uma dúvida infinita, em tempo não intensidade, de que as coisas podem não ser assim. Que por um momento, por um evento probabilistico, podemos estar vendo as coisas de forma equivocada. A existência da dúvida deve ser aceita.
A crença em Deus, e nas religiões nos entregam verdades universais inquestionáveis. Verdades prontas. São verdades que assumem ter, mas não tem. E muito incoerentes e sem sentido, diga-se de passagem. Mas que as pessoas engolem de uma forma assustadoramente fácil. Abrem mão de suas opiniões e julgamentos. Abrem mão de pensar racionalmente sobre os fatos, e isso necessáriamente acaba entrando em um ponto, que interfere negativamente na vida e nas verdades universais de outras pessoas.
E isso não existe somente na religião. Isso é em tudo. Tudo e todos parecem ter razão. Eu mesmo sou um que assumo um ponto como se fosse a maior verdade do mundo. Mas estou aberto mudar de posição se existir uma base racional, ou se aparecer uma evidencia nova a respeito do assunto. Todos vendem suas verdades. Religião, livros, jornais, revistas, televisão, críticos,internet, autoridades. Mas o questionamento deve ser constante. Ainda mais nos tempos globalizados, tem que ter muito espírito de luta para se livrar do bombardeamento de mentiras enfeitadas. Mas persisto.
Contudo, vamos colocar os pés no chão, e fazer uso do senso crítico. Quando falo da existência da dúvida, é de forma a otimizar o conhecimento, e manter nossas cabeças abertas para mudanças na forma de ver o mundo. E não ficar duvidando de tudo quanto é bobagem, e aceitar todas as possibilidades existentes como possíveis. Porque é comum um bando de idiotas afirmar a falácia de que quando não se pode ter certeza sobre algo, todas as possibilidades devem ser levadas a sério. Estupidez pura. Os eventos na maior parte das vezes deixam poucas opções plausíveis que os expliquem. E mesmo se existir explicação no momento, que se mantenha assim até que surja algo convincente. Uma falha é necessária para se duvidar de uma teoria. Mas devem existir muitas evidências para aceitá-la.
Mas como eu ja disse, as pessoas não estão interessadas em verdades não. Estão mais preocupados com seus desejos mesquinhos suas ilusões e suas alegrias de curto prazo. Estão mais preocupadas como disse o gênio George Carlin, em "masturbar" o ego umas das outras. Uma mentira conveniente vale mais do que mil verdades.

domingo, 2 de maio de 2010

Tabacaria, Fernando Pessoa - Alvaro de Campos

TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)


Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(...)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

(...)
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.


Álvaro de Campos, 15-1-1928

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Obama Tupiniquim!

A vida as vezes nos reserva surpresas agradáveis. Folheando uma edição da revista Istoé, me deparei com uma reportagem sobre o pré-candidato à presidência. Mário de Oliveira. Nascido no interior do Mato Grosso, de família pobre, chegou a ser presidente da Construtora Norberto Odebrecht. Intelectual, de opiniões fortes e propostas surpreendentes, acabou por conquistar minha atenção, e a que tudo indica, meu voto. Abaixo reescrevo parte da reportagem da edição de 24 de fevereiro de 2010 da revista Istoé, com as propostas de Oliveira, de acordo com a revista:

"Entre suas principais propostas está a implantação imediata da pena de morte, da prisão perpétua, o fim do ensino universitário gratuito, a extinção das cotas para negros e índios nas universidades federais e a manutenção da jornada de trabalho de 44 horas.(...) O pré-candidato do PTdoB também é contra o principal programa de distribuição de renda do governo do presidente Lula, O Bolsa Família.(...)Em seu governo a reforma agrária seria extinta e o MST seria tratado como uma quadrilha. "Não há necessidade de reforma agrária no Brasil e o MST é composto por bandidos", afirma ele."

Acabei procurando saber mais sobre ele, ainda vou procurar mais, mas Mário de Oliveira me deu grandes esperanças... É um cara inteligente, seguro e suas propostar resumem de forma objetiva, tudo o que queremos que aconteça, e que seria bom para o país. Mas acaba que ou as pessoas têm medo de que afete suas individualidades egoístas, ou pensam que ele é de direita demais, de elite, ligado a ditadura, por oliveira ser um ex-soldado.
Mas no fim das contas chego a me arriscar dizendo que ele é o nosso Obama. E não o comparo simplesmente por ser também negro. Os EUA precisavam de um liberal, com uma inteligência que lavasse suas almas da estupidez de Bush e intencionado a ver com outros olhos, e efetivamente resolver os problemas dos americanos. Esse modelo era simbolizado pelo atual presidente. Nós brasileiros de merda, precisamos de um conservador forte, que apóie a classe média e que trate os problemas do país de forma objetiva. O que me parece ser a proposta de Mário de Oliveira. Chega desse PSDB aristocrata com seus pseudointelectuais idiotas, e desse PT com sua esquerda burra e seus "comunas", como os chama Arnaldo Jabor. Esses dois partidos não tem propostas, candidatos, nem ao menos uma idéia razoável sobre como governar esse país nos próximos anos. Lula teve uma administração razoável, mas primeiro: O tempo dele já passou. Segundo, a Dilma não é o Lula. Apesar de ser trabalhadora e competente, a equipe do PT é formada por um bando de corruptos incompetentes. O Serra é um estúpido, assim como seus parceiros tucanos.
Com o fim da ditadura a idéia de liberdade e de demorcracia foram interpretadas como libertinagem e bagunça. Precisamos sim de alguém conservador, mas que esteja disposto a tomar iniciativas pesadas. De fazer as coisas acontecerem. Sem esse discurso comunista de direitos humanos, distribuição de terra e de renda, de "pai dos pobres". E também sem essa conversa de merda desses playboys mauricinhos, aristocratas, fundadores dessa política fudida do Brasil. De um rosto novo. O Obama Tupiniquim vem aí!
Mas infelizmente, Oliveira está em um partido pequeno, "por não estar envolvido com corrupção" afirma. Por isso terá pouco espaço na mídia e pouco dinheiro para propagandas. Se a idiotice do brasileiro não me surpreender, Serra ou Dilma serão eleitos. Porque comparados aos americanos, somos muito mais estúpidos e egoístas. E também, merecemos menos um cara digno como presidente.

Para saber mais, o site dele é www.mariooliveira.com.br e tem uma entrevista no link

http://charlesweblog.wordpress.com/2010/03/05/mario-de-oliveira-filho-um-presidente-de-direita/#comment-1113

(a entrevista é até boa, mas o entrevistador é um idiota.)

Listo abaixo algumas de suas propostas:

Redução da maioridade penal
Fim da reforma agrária
Ampliar a idade mínima para aposentadoria
Ensino superior pago ou prestação de serviços ao Estado pelo tempo do curso frequentado.
Fim da política de cotas
Fim do bolsa família para quem nao se alistar em frentes de trabalho
Reforma trabalhista sem redução da jornada de trabalho
Fim das campanhas publicitárias do governo federal,exceto as educativas e de saúde.
Reconstrução da classe média.
Revisão de todos os incentivos fiscais e tributários
Participação partidária das mulheres no ministérios
Extinção dos ministérios das cidades e da reforma agrária.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Embriague-se. De Charles Baudelaire

É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.
Mas de que? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.
E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste do seu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunte que horas são e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio lhe responderão: "É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar! De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser".

terça-feira, 30 de março de 2010

minha vontade as vezes
e me encolher bem pequeno dentro de mim
e devagar recolocar os tijolos
em minha parede na qual
abri uma janela para te olhar...

devia te-lo feito enquanto tive tempo
agora a chuva entra pela buraco
e invade minha alma
enquanto machucado espero,
o sol voltar a brilhar

pensei que eu me trairia
se deixasse de seguir minhas crenças
mas me traí
quando ao olhar para somente uma direção
abri mão de olhar para mim mesmo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Peixe fora d'água

Sempre cresci acreditando que deveria ter honra e valorizar o que há de realmente importante nessa vida agora me vejo enfiado no poço que esse sentimento me fez cavar. Um poço que cavei pra mim mesmo.
Perdi a aposta e agora pago. Todos os homens merecedores da minha admiração pareciam ser honrados e verdadeiros. Justos, sábios e toda aquela baboseira romântica. Fizeram-me acreditar que, nesse mundo podre, era isso que deveria ser salvo. Mas, agora percebo a peça que me foi pregada. Demonstravam tal modo por que já haviam conquistado outras características que os fizeram serem invejados.
Ninguém chega a lugar nenhum com vontade de ser justo. Um hipócrita conveniente tem mais prestígio.
Nunca tive a intenção de aparecer ou enganar ninguém. Só queria não ter que viver na mentira. Mas não existe uma opção. Há tempos que estou dando socos em ponta de faca. Admiro quem tenha mais êxito do que eu tive nessa tarefa. Mas não aconselho ninguém a seguir pelo mesmo caminho. Talvez um dia eu olhe para trás na minha vida e pense que eu tinha razão. Eu rezo por isso porque eu duvido muito que eu consiga me reconstruir depois de todos esses anos. E não digo que me dei mal porque consegui levar a fundo esses valores não.
Mas só por usá-los já é o suficiente.
Existe alguma coisa mais idiota do que contar a verdade para as pessoas? Ninguém quer saber da verdade. As pessoas querem ouvir o que querem ouvir. Basta dizê-lo, e todos sorriem. Diga o que passa pela sua cabeça um terço das vezes, e um terço de suas falas serão erros que você cometeu.
Agora vamos falar de ser justo e honesto. Não há nesse mundo receita melhor para parecer um completo idiota.
Um bobo, um imbecil, um otário. Como não parecer assim se você "perde" oportunidades de passar os outros pra trás? Pois é assim que você é visto.
Dignidade. Uma coisa simples. Não é preciso fazer nada para manter. Mas ninguém faz questão de mantê-la. Há
quase uma motivação geral para que todos a percam.
De que adianta enfim dar valor às pessoas, se elas mesmas se esforçam para serem desvalorizadas. A quem vai ser dado valor, se você mesmo não o tem. Status. A palavra que resume tudo que há de valor nesse mundo. O que é status?
Dinheiro, beleza física e.... não consigo pensar em mais nada. Muitas das vezes nem a beleza física importa muito.
Obviamente eu não sou nenhum retardado mental para achar que estou fazendo uma grande descoberta. Isso já é mais do que censo comum. Só estou dizendo que fiz o teste e comprovei.
Assim sendo, descubro que sou um homem fora do meu tempo. Não no sentido bonito e virtuoso, mas no sentido de que estou fora do lugar. Estou atrasado. Não há lugar para esse tipo de pensamento e sentimento. Parece que falo uma língua extinta. E sinceramente, tenho que cultivar meu orgulho, porque foi só o que sobrou. Um orgulho fraco e sem sentido. É como ter orgulho de um carro que não anda.
Esse relato curto, já me faz parecer um perdedor. Claro que pelo padrão dos canalhas idiotas de que o mundo é feito. Mas graças à fortuna, sou jovem, e tenho tempo pra me tornar mais um idiota no mundo.
Não sei se é cultural, instintivo ou o quê. Mas essa forma de levar a vida nos torna desprezíveis.