domingo, 28 de novembro de 2010

Quem é você?



Você é o que você come. Você é o que você veste. Você é o que você pensa. Diga-me com quem tu andas, eu te direi quem tu és. Você é o que você compra. Você é o que você acredita. Você é o que você faz. Você é o que você imagina que é. Você é quanto você pesa. 


E todos te perguntam: Quem é você? 


Sei que assim como eu, perdeste muito tempo procurando tal resposta. Mas não encontrou nada convincente. O grande problema, não está na resposta: Está na pergunta

Parafraseando o personagem fantástico de Alan Moore, V de vingança, “Quem é só a forma que precisa ter um porquê (...)”. Não preciso ter um porquê. Apenas existo. Posso até imaginar quem quero ser. Ou quem não quero ser. Mas quem sou não faço a menor idéia. Porque na verdade, eu não sou. Eu simplesmente estou sendo. E entre ser quem eu quero e não ser quem eu não quero, não consigo precisar em qual das tarefas estou fracassando mais. 

Definir quem somos não faz sentido porque depende no mínimo destes três fatores: Como vemos a nós mesmos. Como as outras pessoas nos vêem. E por último, como pensamos que as outras pessoas nos vêem. E essa trindade não pode ser inteligivelmente definida por “quem sou eu.”. 

Dito isso, a falta desse entendimento parece ser uma causa plausível de porque as pessoas procuram desesperadamente algo para ser a definição delas mesmas. E usam para tal, os mais variados fatores possíveis. Definem-se como sendo as roupas que usam, quanto medem, quanto pesam, quanto têm no bolso, os carros que andam, o currículo que tem, o corpo que tem, a bunda que tem, a música que escutam. E na maioria das vezes, buscam sua individualidade, imitando outras pessoas. Então usam roupas pretas, e um penteado esquisito. Ou compram roupas caras, ficam com o corpo sarado a custa de horas diárias na academia, e saem na tarefa de “pegar” o maior número possível de pessoas do gênero que lhes interessam.  Assim, iguais a seus amigos, se tornam únicos.

Todos ingenuamente pensam que assim são diferentes. E que são o melhor que podem ser. Mas no caminho, deixam de perceber que perderam quem eles realmente são. Porque sempre foi mais fácil e mais conveniente, quando não sabemos a resposta de uma pergunta, copiar a resposta dos outros do que nós mesmos encontrarmos a nossa. 

E então, quem é você?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desenhando...


Bom, em uma dessas madrugadas de estudo tediosas, resolvi fazer um desenho. E ficou assim: 


Eu achei muito legal, e muito melhor do que eu espeava. Fiquei realmente espantado. Fiz olhando pra uma foto. Não imaginando. Mas mesmo assim, achei que tinha ficado muito bom. Então fiz outro, dessa vez, de minha mãe, quando era jovem.

 Agora em um aumento do desenho:
 Novamente, achei que tinha ficado bem legal. Então, no outro dia comprei um caderno branco, e uma caneta nova, porque a minha já estava acabando. Feito isso, fiz um desenho do meu pai:

Desenhar a caneta fica muito bonito, eu gosto. Porém, tem o inconveniente de que não se pode errar. E eu não estava conseguindo controlar o tom das cores das sobras. Então estava ficando difícil e ruim. Detalhes do desenho:
Esse ainda ficou bom, mas não gostei muito do desenho abaixo, que fiz de minha irmã quando era mais nova. Ficou parecido, mas poderia ter ficado melhor. Como disse, a tonalidade da caneta ficou ruim, e estava me atrapalhando bastante.

Aumento maior:

Foi mal Marina. Depois faço um mais bonito de você. O pessoa do desenho abaixo é meu irmão Lívio. Tentei fazê-lo duas vezes com a caneta, e ficava ruim. Tem muitas sombras, que com a caneta que eu tinha eu só conseguia umas manchas pretas. A partir disso, comprei lápis de desenho. E ficou assim:

Acho que ficou muito bom. Gostei muito. O lápis é mais fácil de controlar, de fazer sombras, e ainda pode ser apagado. Nem compara, mas ainda acho que com caneta fica mais bonito.

 E o último desenho que eu fiz, do meu irmão Vinícius, ou como todos o conhecem, Arroz. O desenho pode parecer meio estranho, mas ficou bem parecida com a foto, essa cara que ele fez é muito engraçada, acho q ficou bacana.
Pretendo depois, terminar esse desenho. Só a cabeça fica estranho. Mas eu estou aprendendo ainda.

Devagar, já vou melhorando. Se olhar pelo ângulo que eu nunca fiz nenhum curso de desenho, está bom até demais. Eu me espantei quando vi que os desenhos começaram a ficar bons. Muita gente duvida que sou eu que os faço. Aceito isso como um grande elogio. Estou gostando de desenhar assim. Gostaria que comentassem o que acharam. Assim que eu for desenhando, vou postando mais desenhos aqui.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Privacidade alheia: use e abuse.

Somos animais sociais. É mais seguro, mais confortável, mais vantajoso. Nosso corpo é adaptado para essa situação. Nossos ouvidos são desenvolvidos para detectar principalmente a freqüência de voz humana, nossos olhos percebem rostos e emoções em figuras abstratas tais como “:-)”. 
No início de nossas vidas em comunidades os agrupamentos eram basicamente familias. Mas por um motivo qualquer como comida, água ou abrigo, esses ajuntamentos foram aumentando. Porém, um grande grupo não era apenas um grupo. Era um conjunto de pequenos grupos. Portanto, a configuração inicial se manteve. Pequenas famílias que conviviam entre si. O que mudou, é que essas famílias agora se relacionavam com outras famílias. 
Quando passamos a viver em cidades, ainda se mantiveram as estruturas de pequenos grupos. Mas não organizado em famílias, e sim unidos pela proximidade das moradias. Nas pequenas cidades, todos se conhecem e compartilham informações sobre suas vidas uns com os outros de uma forma ampla entre todas as pessoas. Porém, em cidades maiores, as vizinhanças assumiram esse papel. Os relacionamentos entre grupos além da estrutura familiar de pai, mãe e filhos eram entre aqueles que compartilhavam um local comum de morada. E nesses locais, assim como nas pequenas cidades, as pessoas compartilhavam informações sobre suas vidas.
Dito isso, convido-o a perceber que não há mais essa convivência entre os vizinhos. Nem conhecemos muitos deles, nem mesmo aqueles que moram no mesmo prédio que a gente. Conhecemos um ou outro, mas não a ponto de ter qualquer relação fora do que nos obriga a cordialidade e a diplomacia. É claro que isso é de uma forma geral, sortudo aquele que conhece a todos e tem verdadeira amizade com seus vizinhos. Pois isso ainda existe.
Então, como é que suprimos a falta de intimidade contemporânea? Como conseguimos sobreviver sem saber da vida daqueles que conhecemos para a partir de então, tomarmos decisões sobre a nossa vida? Como conseguimos escolher a forma de agir sem olhos curiosos sobre nós e sem os dedos apontando os vencedores e os perdedores para deixar tudo bem claro? Sem ninguém para criticar nosso modo de vida?
 A resposta é que não conseguimos. Precisamos que as outra pessoas determinem os padrões de comportamento que devemos ter, as roupas que devemos vestir, as coisas que devemos comprar. Então, inteligentemente, acostumados a usar de ferramentas para solucionar problemas, resolvemos essa questão. Agora temos dois aparelhos quadrados, de tamanhos variados, que nos contam sobre a vida de estranhos ou de conhecidos, a vidas de pessoas reais representando pessoas irreais, ou a vida irreal de pessoas reais. É só escolher. Qual a mentira você quer para hoje? Qual convenção social inventada se enquadra mais no seu perfil?A novela, o filme, o Orkut, o twitter?  Hoje, podemos escolher. Hoje vivemos a fofoca informatizada e televisionada. O mexerico self-service. Auto-serviço da privacidade alheia. Genial, não?