quarta-feira, 16 de março de 2011

Definições

Criamos nomes e definições para facilitar o entendimento das coisas. Quando alguém nos fala sobre uma bicicleta, a nome “bicicleta” junto com o significado da palavra, nos faz entender sobre o que o indivíduo trata. Apesar de que nunca vamos imaginar o mesmo objeto da mesma forma que outra pessoa. Pois bem.
Então damos qualidades às coisas. Algo é bonito, feio, grande, pequeno, largo, pesado, colorido, comprido, útil, adequado, caro, conveniente, difícil, barulhento, chato, demorado e por aí vai. Porém o que muita gente não sabe, é que por si só, essas palavras não fazem nenhum sentido. Os adjetivos são sempre termos comparativos, e muitas vezes subjetivos. Algo é bonito, dependendo da minha definição de beleza e em comparação com as coisas que pra mim são feias. Algo é pesado, em comparação com o que é leve, e baseado no meu entendimento do que seja pesado.
Isso nos traz algumas complicações. Por exemplo, o que é "PERFEITO"?  Não temos nenhum padrão de comparação. Não há nada que tenha por característica ser completo em todos os sentidos. Não temos conhecimento absoluto para dizer que algo é ausente de defeitos. É apenas um termo vago que usamos quando queremos dar ênfase em alguma característica. O mundo não é perfeito. A natureza não é perfeita. Deus, em nenhuma forma de crença ou entendimento, pode ser perfeito. Pelo simples fato de que não temos parâmetro de comparação. Perfeição é apenas uma idéia. O platô das qualidades.
O "Tudo ou nada" não existe na realidade. São símbolos dos extremos. O que existe é o espectro entre os limites de todas as características. Nada é completamente belo ou completamente feio. Nada é totalmente certo ou totalmente errado. Tudo não passa de definição e classificação. Criamos essas idéias, com o simples intuito de facilitar a comunicação e o entendimento.
Mas você pode argumentar comigo, que algo pode sim ser completamente ruim. Como estuprar crianças. Porém, para nós é difícil extrapolar os limites da ética e da preservação da vida para imaginar uma forma em que isso seja “menos ruim”. Isso para os seres humanos normais é sempre ruim. Devido à compaixão inerente à nossa espécie. Mas também não é o limite do ruim. O que digo, não é que algo não possa ser apenas ruim, ou apenas bom, por exemplo. Mas que precisa de comparação. E sempre pode ser mais extremo. (Pior, melhor ,mais bonito ,mais feio...)
Por isso, desacredito qualquer tipo de “plano superior” de que qualquer coisa seja “especial” ou sequer “extraordinária”. Tudo é apenas um conjunto de “o quês” com “quems” em um “aonde”. Todo o resto fica por conta da probabilidade e da forma com que definimos e interpretamos as coisas. O mundo é  simplesmente caótico.

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