terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pequenos estúpidos, futuros grandes estúpidos.

Qual o motivo de superestimarmos a importância de nossas crianças? Bom, até para mim, essas palavras soam como se fossem um tipo de sacrilégio. Mas pense bem, o que esses pequenos têm de tão especial para serem considerados pequenos anjos, pequenos deuses, o sentido da vida? Não passam de indivíduos de olhos grandes, cabeças desproporcionais e motoramente descoordenados.
São protótipos de adultos em fase de teste, de adaptação. O que há de sagrado nesses pequenos? Obviamente não devemos ver neles pequenos adultos como era costume no passado, mas também não são nada além de pessoas. Têm necessidades diferentes dos adultos, que devem ser respeitadas. Apenas isso. De resto, são sem graça, dependentes e ignorantes. Somado a isso um casal de pais superprotetores e que exageram positivamente nas capacidades limitadas de sua prole, e você terá a receita perfeita para a família mais chata que pode existir na terra. E começa a estupidez:
- O Joãozinho é tão inteligente! Ele é muito esperto para a idade dele! Ele me faz cada pergunta inteligente! Ele é tão especial!
Você olha para o menino e pensa: O que há de especial nele? Na verdade tem até pena. Apesar do cabeção e dos seus sete anos, você não consegue ter um diálogo simples com ele. O menino é um completo idiota. Ele berra e se movimenta descoordenadamente o tempo todo. Você sabe do fundo de sua intuição que se ele tiver sorte, vai conseguir um emprego que não dependa muito de seu intelecto. É claro que existem crianças realmente especiais. Crianças inteligentes, interessantes, que sabem ser convenientes e sabem conversar. Mas não é o caso da maioria. Muito menos do Joãozinho.
E porque hoje os pais não deixam o fudido do menino em paz? Colocam-no em escolas de inglês, escolas de caratê, escolas de futebol, escolas de música, escolas de informática e por aí vai. Isso além da escola regular em tempo integral. Porque não deixam o pobre coitado atoa. Crianças devem brincar. Fazer suas obrigações e depois aproveitar o tempo da maneira que quiserem. Vai ser a única fase da vida que terão esse privilégio. Como nos diz o brilhante George Carlin: “não vemos mais um menino sentado na terra, fazendo um buraco no chão com um graveto. Ele olha o buraco, olha o graveto, e se diverte. Acho que nem devem existir mais gravetos. Todos devem ter sido recolhidos por erros de fabricação.”
Supervalorizar as crianças não tem sentido nenhum. Na verdade é prejudicial. É ruim para o garoto, porque carrega expectativas que não conseguirá atender. E também para os pais que se decepcionarão ao ver que o futuro fabuloso que desenharam em suas mentes para seus descendentes fora apenas ilusão. Crianças são apenas crianças. Com suas sandices, suas brincadeiras e imaginações. E devem ser tratadas como tal. A maioria não passa de pequenos indivíduos idiotas e chatos, que se tornarão, com sorte, adultos ignorantes, chatos e fracassados. Assim como a maioria.

4 comentários:

  1. Ácido como de costume. Acho que pediram pra você tomar conta de algum pirralho esses dias! haha

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  2. hahahaha Que nada cara! Isso é algo que me incomoda há anos...

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  3. Visão um pouco amarga sobre a infância... Vejo traços de Nietzsche nisso? Rsrs Realmente, é importante que crianças sejam crianças e que tenham tempo para isso, mas também é importante pensar que elas serão, em alguns anos, adultos com capacidade de raciocinar, escolher, mudar... E que essas mudanças não afetarão somente a eles, mas a todos que permanecerem vivos. Assim, é de fundamental importância que o senso crítico esteja presente desde a infância. Do contrário, que adultos teremos?

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  4. Com certeza Mari. As crianças precisam de instrução e não de elogios precipitados e vazios. A visão amarga é verdadeira. As pessoas no geral tem uma lembrança fantasiosa da infância. Pensam que foi "a melhor fase da vida". Acho uma bobagem. Não somos nada, não podemos fazer nada sozinhos. A infância na realidade é uma merda.

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