Você é o que você come. Você é o que você veste. Você é o que você pensa. Diga-me com quem tu andas, eu te direi quem tu és. Você é o que você compra. Você é o que você acredita. Você é o que você faz. Você é o que você imagina que é. Você é quanto você pesa.
E todos te perguntam: Quem é você?
Sei que assim como eu, perdeste muito tempo procurando tal resposta. Mas não encontrou nada convincente. O grande problema, não está na resposta: Está na pergunta.
Parafraseando o personagem fantástico de Alan Moore, V de vingança, “Quem é só a forma que precisa ter um porquê (...)”. Não preciso ter um porquê. Apenas existo. Posso até imaginar quem quero ser. Ou quem não quero ser. Mas quem sou não faço a menor idéia. Porque na verdade, eu não sou. Eu simplesmente estou sendo. E entre ser quem eu quero e não ser quem eu não quero, não consigo precisar em qual das tarefas estou fracassando mais.
Definir quem somos não faz sentido porque depende no mínimo destes três fatores: Como vemos a nós mesmos. Como as outras pessoas nos vêem. E por último, como pensamos que as outras pessoas nos vêem. E essa trindade não pode ser inteligivelmente definida por “quem sou eu.”.
Dito isso, a falta desse entendimento parece ser uma causa plausível de porque as pessoas procuram desesperadamente algo para ser a definição delas mesmas. E usam para tal, os mais variados fatores possíveis. Definem-se como sendo as roupas que usam, quanto medem, quanto pesam, quanto têm no bolso, os carros que andam, o currículo que tem, o corpo que tem, a bunda que tem, a música que escutam. E na maioria das vezes, buscam sua individualidade, imitando outras pessoas. Então usam roupas pretas, e um penteado esquisito. Ou compram roupas caras, ficam com o corpo sarado a custa de horas diárias na academia, e saem na tarefa de “pegar” o maior número possível de pessoas do gênero que lhes interessam. Assim, iguais a seus amigos, se tornam únicos.
Todos ingenuamente pensam que assim são diferentes. E que são o melhor que podem ser. Mas no caminho, deixam de perceber que perderam quem eles realmente são. Porque sempre foi mais fácil e mais conveniente, quando não sabemos a resposta de uma pergunta, copiar a resposta dos outros do que nós mesmos encontrarmos a nossa.
E então, quem é você?