sexta-feira, 20 de maio de 2011

Como se viver fosse grande coisa...

É complicado entender como uma coisa natural que acontece o tempo todo, todos os dias, e freqüentemente perto de nós pode nos chocar tanto. Falo da morte.
Todos e tudo que esta vivo vai morrer, tudo o que vive morre. Deveria ser algo corriqueiro quando alguém morresse. É natural, a única coisa que varia é que uns levam mais ou menos tempo, mas o resultado é o mesmo. Há pessoas que sequer conseguem olhar para um corpo sem vida, ou para um animal sendo sacrificado.
Quando ficamos tão idiotas? É algo delirante a negação da realidade de que nossas vidas não têm a menor importância. Simples assim. Na verdade a vida de ninguém tem importância. As pessoas que nunca existiram ou que já morreram tem de concordar comigo. A falta da existência delas não faz a menor diferença. Existem mais criaturas e espécies mortas do que vivas.
Mas queremos no sentir maiores do que isso. Quem é que quer admitir que sua própria vida não vale nada? Mas é assim que é. Supervalorizamos essa coisa toda de: vida, direito à vida, santidade da vida. Bobagem. Vida essa que não tem mais importância do que a da barata que exterminamos com todo o prazer. Mas gostamos de pensar de forma diferente. É óbvio o porque: estamos vivos, e somos humanos. Temos a mania de engrandecer as coisas por pura conveniência, puro interesse. Não estamos nem aí quando ficamos sabendo que 100 mil pessoas morreram por causa de uma merda qualquer, o que nos preocupa na verdade é como a morte dessas pessoas pode nos afetar, e que na próxima vez nossos nomes possam estar incluídos na contagem.
Eu particularmente estou cagando. Pode morrer o tanto que for, no Iraque, na Sérvia,ou em qualquer lugar longe que seja, não tenho a menor ligação afetiva com ninguém desses lugares. Se não me toca o fato de tanta gente já estar morta, porque haveria eu de me preocupar com as que estão morrendo se também não as conheço, e principalmente se isso é natural? A morte de pessoas queridas dói, nos faz sentir saudades delas e do prazer que a existência delas no proporcionava, apenas isso. É subjetivo, faz falta para nós individualmente. Mas para humanidade, para a sociedade ou para a vizinhança, morrer não faz a menor diferença.

3 comentários:

  1. "As pessoas que nunca existiram" aheuaheuaheua ... mas já que eu existo, vou fazer alguma coisa que seja útil para a humanidade ou parte dela, ainda que a maior parte da humanidade que eu consiga ajudar seja apenas eu mesmo.
    Abraço!

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  2. Está certo meu caro João! Não discordo de forma nenhuma de você, se podemos fazer alguma coisa, que façamos, principalmente por nós mesmos pois diferentemente das abelhas e formigas,somos animais gregários e jamais colocamos o todo em função da parte.
    Grande abraço!

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  3. essa ultima parte, bem, pq ter compaixão, ou pelo menos pena, vc pode naum conhecer aquele pessoa que pode estar sendo enterrada neste exato momento à uns 20 m debaixo da terra, ou seila, mas a uma pessoa que provavelmente conhece e como vc disse, vai sentir falta dela
    por isso, as pessoas demonstram ter pelo menos compaixão pelos falecidos, para naum serem descriminadas ou juulgadas
    a sociedade é assim, e vai demorar pra mudar
    as pessoas custam a aceitar o jeito de ser das outras, sendo fria ou naum

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