sexta-feira, 6 de junho de 2014

Da lua

Da lua,
não há nada.
Vê-se da janela
a luz amarela
do apartamento em frente.
Reflete no vidro,
mimetizando o belo satélite.
O sol,
da mesma forma,
não forma imagens ou sombras,
não há luz ou calor
que nos toque diretamente.
Sentimos que está lá,
nalgum lugar.
Entre muros e concreto,
entre paredes e tijolos.
Sabemos, pois é quando
os interruptores se tornam desnecessários.
Por isso,
inevitável o relógio.
Que nos conte
quando começa e acaba
o dia.
Na nossa precisão
imposta por nós mesmos.
É desnecessário o guarda,
o carcereiro,
o juíz,
o advogado.
Somos juízes e executores
de nossa própria sentença.
Decididamente
perpétua.

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